Se há um silencio a partilhar…
Há de ser o do amanhecer,
Da fervura,
Da Água,
Do Chá,
Da Colher na xícara a bater.
Talvez seja o do meu caminhar,
Do carro,
Da moto,
Do cachorro,
Dos amigos a conversar.
Ou ainda o do entardecer,
Do café,
Do bule,
Do bolo,
Da dia que se foi sem perceber.
Se há um silencio a partilhar…
Poderia ser o do meu Jantar,
Do azeite,
Do Alho,
Do peixe,
Na frigideira a crepitar.
E depois o do anoitecer,
Da rua,
Da janela,
Do vizinho,
Agradecendo emudecer.
Por fim, o silencio do meu deitar,
Da meditação,
Do telefone,
Das páginas,
Dos pinheiros a se calar.
Se há um silencio a partilhar….
Com certeza é o do meu recordar.